Coreia do Norte: Um desafio direto para os EUA.

Até alguns anos atrás a Coreia do Norte esteve presente de forma esporádica nos noticiários com seus discursos bélicos direcionados aos EUA, Japão e Coreia do Sul. Nas últimas semanas aquilo que era somente discurso passou para ações provocadoras como os repentinos e constantes lançamentos de mísseis de longo alcance e de testes com bombas nucleares muito superiores as usadas em Hiroshima e Nagasaki ao fim da segunda guerra mundial. Levante-se o questionamento: por que a nação de Kim Jong-un está fazendo tudo isso?

Há toda uma conjuntura geopolítica regendo toda essa questão que envolve diretamente os EUA, a China, o Japão, a Coreia do Sul e a própria Coreia do Norte. Podemos colocar, em um segundo plano, a Rússia de Vladimir Putin mas sem muito destaque. Rotineiramente os EUA e seus aliados executam exercícios militares coordenados na península coreana o que, segundo o regime de Kim, é uma afronta direta e um recado de guerra à Coreia do Norte. Donald Trump assumiu  a presidência em janeiro deste ano e topou com Kim Jong-un pelo caminho, até o momento Trump permanece apenas com palavras duras enquanto o outro lado lança foguetes que sobrevoam o território japonês.

Um outro questionamento me vem à cabeça quanto ao assunto: se a Coreia do Norte não possuísse armas nucleares, o governo comunista ainda estaria vigente naquele país?A resposta que chega é que as nações vizinhas e principalmente os EUA já teriam tomados ações práticas para a derrubada do regime, mas com um arsenal nuclear torna a questão mais complexa. O mundo ainda não presenciou um conflito direto entre duas potências atômicas, o que quase aconteceu durante  a guerra fria. Além dessa questão da bomba, penso que a China é um fator determinante para o governo norte-coreano ainda se manter impenetrável. Não seria nada agradável para a China ter os Estados Unidos bem ali na sua porta em caso de uma intervenção militar, é um desafio para a China que se projeta como o hegemon do século XXI e um desafio muito maior para a atual potência mundial, os EUA.

 

O conflito bélico me parece ser inevitável. Mas, ao contrário do que muitos especulam, não acredito que uma possível guerra naquela região possa desencadear uma terceira guerra mundial, sendo o possível conflito de caráter regional mas com consequências no resto do mundo.

 

Max Myller

Estudante de Relações Internacionais.